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Mantega é preso pela Lava Jato após depoimento de Eike; prisão é revogada horas depois

22 de setembro de 2016 - Postado por: Gilberto Netto

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi preso pela Polícia Federal em São Paulo nesta quinta-feira em uma nova fase da operação Lava Jato, que investiga crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo contratação de obras pela Petrobras para exploração de petróleo no pré-sal, em um esquema com suspeita de envolvimento ilegal do empresário Eike Batista.

Mantega, também ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras, foi detido pela manhã em um hospital da capital paulista onde acompanhava a mulher que seria submetida a uma cirurgia. Horas depois, no entanto, o juiz federal Sérgio Moro determinou a revogação da prisão temporária citando que o ex-ministro acompanhava a esposa no hospital e, se liberado, deve assim continuar, sem “riscos de interferência da colheita das provas nesse momento”.

O ex-ministro, que inicialmente seria levado junto a outros presos para a carceragem da PF em Curitiba, passou algumas horas detido em edifício da Polícia Federal em São Paulo e foi solto no início da tarde. Um advogado de Mantega não respondeu de imediato a pedidos de comentários sobre a operação.

Homem próximo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que virou réu em outro inquérito da Lava Jato nesta semana, Mantega assumiu o Ministério da Fazenda em 2006, onde permaneceu até final de 2014, durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff, sendo o ministro mais longevo no cargo.

O ex-ministro e outros sete suspeitos de envolvimento no esquema investigado pela nova etapa da Lava Jato tiveram valores bloqueados em suas contas bancárias até o montante de 10 milhões de reais por determinação da Justiça.

A prisão de Mantega foi solicitada pelo Ministério Público Federal (MPF) com base em um depoimento espontâneo do empresário Eike Batista à força-tarefa da Lava Jato, em que Eike disse que o ex-ministro lhe pediu em 2012 pagamento de 5 milhões de reais no interesse do PT.

O dinheiro seria propina, segundo o MPF, decorrente da contratação pela Petrobras, por 922 milhões de dólares, de um consórcio formado pelas empresas Mendes Júnior e OSX para a construção das plataformas P-67 e P-70 para exploração de petróleo no pré-sal.

De acordo com o Ministério Público, Eike nega que o pagamento feito a pedido de Mantega tenha ligação com propina, mas a proximidade entre o pedido de recursos e a liberação de verbas da Petrobras para o consórcio, e o fato de o valor ter sido transferido no exterior para empresa do marqueteiro do PT João Santana e sua mulher, Mônica Moura, indicam que se tratava de propinas.

 

Fonte: http://br.reuters.com/article/topNews/idBRKCN11S2D1


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