Consumo de Sódio

O consumo excessivo de sódio pode provocar aumento da pressão sanguínea e hipertensão, doença crônica que atinge cerca de um quarto da população adulta que vive nas capitais do país. O brasileiro consome cerca de 5g de sódio por dia, o dobro do limite recomendado de ingestão (2g/dia). A maior parte desse sódio consumido no Brasil vem do sal de cozinha.

O monitoramento do sódio faz parte das ações de vigilância à saúde previstas em várias políticas do Ministério da Saúde. O Plano Nacional de Redução de Consumo de Sal prevê a redução voluntária de sódio em alimentos processados até 2020 além do aumento da oferta de alimentos saudáveis, rotulagem correta e informação ao consumidor, educação e sensibilização para consumidores, indústria, profissionais de saúde.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) monitora os valores de sódio de alimentos processados no Brasil desde 2009, devido ao aumento das doenças cardiovasculares e hipertensão na população. No primeiro ano de monitoramento, os alimentos industrializados selecionados para serem avaliados foram aqueles usualmente consumidos pela população brasileira que são caracterizados por apresentarem alta quantidade de sódio.

Dentre as categorias estudadas, observa-se que houve redução da quantidade média de sódio apenas no macarrão instantâneo, que apresentava em 2009 valores acima da meta de redução (mais de 3200mg/100g). A batata palha e o salgadinho de milho também possuíam metas de redução que já haviam sido alcançadas em média pelas marcas analisadas desde o começo do monitoramento. O biscoito de polvilho, um dos produtos que ainda não possui meta de redução de sódio, vem aumentando a quantidade média de sódio desde 2009, sendo que o valor atual está próximo ao do macarrão instantâneo (cerca de 1500mg/100g). Por fim, a média de sódio do refrigerante light, que é mais de 10 vezes menor do que todas as outras categorias, variou pouco desde o início do monitoramento. Na verdade, dizer que o refrigerante light possui muito sódio por conta do uso de adoçantes artificiais é um mito.

As categorias que apresentaram aumento no teor de sódio maior do que 10% foram os refrigerantes regulares, os biscoitos salgados, os biscoitos de amido de milho e o queijo prato.

Diante desses resultados, é necessário que o papel da Anvisa enquanto agência de vigilância do Ministério da Saúde seja fortalecido para que o monitoramento do teor de sódio nos alimentos processados no Brasil se coloque de fato como estratégia de controle de doenças crônicas.

Fonte: IDEC